segunda-feira, 8 de março de 2010

"abre a última volta"

Pois bem... eis que quatro anos passam com a velocidade de uma aeronave em voo de cruzeiro rasgando um destino já percorrido de ônibus anterioremente.

Há no entanto uma pequena diferença quando se fala de "anos passados": não é possível ainda percorrermos uma segunda vez o tempo que passou.

Imersos na rotina de um universitário no decorrer do curso, vemos que aquela se resume à uma repetição de três etapas básicas:

A primeira é correr no início do semestre desesperadamente para garantir matrícula nas disciplinas desejadas e, se Deus muito ajudar, nos horários desejados e pretendidos (o difícil é Ele estar de bom humor ou com disposição para conceder essa graça mais de um semestre para cada aluno...).

A segunda é, após concluida a primeira, chegar no horário daquelas disciplinas conseguidas (ou conquistadas quase a facão em alguns casos...) para garantir sua assinatura na lista de frequência (e isto costuma ser um desafio por causa do humor Dele que complicou os horários das disciplinas matriculadas...) durante pelo menos dez ou onze semanas (pois assim garante-se os 75% de frequência e a primeira barreira da terceira etapa já está vencida...), estudar, ou adquirir o conhecimento mínimo necessário para atingir, no mínimo (é pelonasmo de reforço, para deixar marcado e acentuado o quanto é possível alguém se esforçar nessa busca...), um MM (conforme a disciplina ou professor, um MM corresponde àquele gol que nosso time faz na choradeira com cebloa, de pênalti, ao fim do campeonato e em que, quando questionados ou criticados sobre a insignificância dele [geralmente por algum torcedor adversário], dadas as circunstâncias, desprovemo-nos de todo orgulho existente e respondemos "gol é gol..."), realizar as provas, trabalhos (claro, nas madrugadas...) e depois apresentá-los (no mesmo dia em que, além de se madrugar, o cansaço ficou tão grande que nem há como lembrar do que era o trabalho... - que trabalho?...).

E, por fim, a terceira etapa... Aquela em que, nas últimas três ou quatro semanas do semestre, todos alunos realmente mostram-se assíduos (chega a ser necessário ligar o ar condicionado com potência máxima pois é muito calor trocado com a sala, que se torna pequena frente à ampla participação da turma...), afinal de contas, estas (contas...) foram feitas e percebeu-se que só se pode faltar um ou dois dias, senão é SR (reprovação por falta... - francamente... sem comentários... depois de batalhar por um MM, ser reprovado por falta... vida muito injusta... alguns chegam a atribirem essa má fase ao humor Dele...) e, após vencida a batalha das faltas, começa a batalha (ou guerra!!!) das notas: a choradeira pra se chegar ao MM, transformar alguns pontos em um MS e, por que não, uns décimos pra cima pra se ter um SS (máximo possível na UnB...) - afinal de contas, "é currículo", "currículo...", "fica bom pro currículo..." - sobre currículo talvez escreva outra hora... (ou não... nem sei se isto que escrevi até agora será publicado...), qustionar questão de prova, resmungar um ponto de participação, enfim...

Após concluída a última fase (o mais rápido possível para terminar logo o semestre...), vem as sonhadas e desejadas férias: dorme-se muito, viaja-se e muitos outros verbos acompanhados de ênclise realizam-se por parte de cada aluno...

Depois das férias, um novo semestre se aproxima... e tudo recomeça... e após este, mais outro... e outro... e mais um...

Assim os alunos iniciam e completam semestres como os pilotos completam voltas em um autórdromo durante um Grande Prêmio de Fórmula 1 (eu sei que F1 não tem nada de coesão nem coerência com o avião mencionado lá do início do texto... dá um tempo [!!!!]... o texto é meu e eu não vou apresentá-lo em nenhum Congresso para melhorar meu "currículo" - =P - sim, a carinha foi só de raiva para este texto - ...e para ser coeso com a parágrafo que foi mencionado o verbete "currículo"... hehehe... =P). Eles fazem "volta atrás de volta"... Os alunos, "semestre atrás de semestre"...

Apesar das muitas diferenças (eles ganham muito mais dinheiro que nós, um GP [sim, antes que critiquem a colocação da tal abreviação {ia colocar um palavrão no lugar do "tal", mas pensei nas crianças...} sem especificar anteriormente, GP é Grande Prêmio... ¬¬ - só de raiva...] dura muito menos de seis meses [na verdade um semestre tem quatro meses... quando muito...], eles tem infraestrutura decente, fãclube, repórteres em volta deles o tempo todo, gente fuçando tudo o que fazem...), existe, dentre outras, uma grande coisa em comum: todos concentram-se em chegar ao fim: eles, da volta; os alunos, do semestre...

Uma diferença que não comentei para poder desenvolver neste parágrafo é que eles possuem noção bastante nítida de quando o G.P. vai acabar (eles contam as voltas, a equipe avisa pelo rádio...)... Isso é fácil num período de duas horas aproximadamente... Muitos de nós (alunos), no entanto, ficamos tão concentrados (ou obcecados...) em completar a próxima volta (é figura de linguagem, pra ficar "bonitinho" no texto... significa "semestre de quatro meses" em caso de dúvida...¬¬), planejar a entrada nos boxes (trocar pneus e abastecer [sei que neste ano não vai rolar abastecimento...]), a marcha da próxima curva, o motor, freios, consumo, temperatura, ruídos... que..., de repente, vemos a bandeira branca (singifica que é a última volta...¬¬)...

Neste momento parece que acontece um imprevisto pois, os alunos já se acostumaram a pensar duas voltas a frente (alguns já verificam no início do semestre corrente se determinado professor dará aula de determinada disciplina já com a intenção de negociar sua matrícula... palmas para eles... se não se faz isso, existe o risco de ficar na caixa de brita do GP [o significado desta será deixada para a pesquisa e "busca pelo conhecimento"...]...) tem à sua frente, de repente, a desnecessidade de planejar voltas... Isso porque não se terá uma nova volta para se abrir... abriu-se a última (!!!)... Após isso, é bandeira quadricular (claro que eu estou aqui pensando na situação hipotética, perfeita, com o bom humor Dele em que o cara se forma... afinal de contas, to quase falando de mim...)... fim de GP!

Neste momento, percebe-se o quanto o tempo passou rápido e o quanto não pareceu que o passou... (se ficou meio confuso, é essa a ideia... é como costuma ficar o cara neste momento)... Começa-se a lembrar do que se passou, do que aconteceu (bate aquele saudosismo bucólico e meloso, dramático - que significa que se está ficando velho, sim... he he he he) e ai vem o susto do "depois"...

E depois da bandeira quadriculada (colação de grau...)? O que fazer depois?? O que eu vou fazer depois??? - são perguntas frequentes... muitos não sabem como respondê-las. Tremem só de pensar na perspectiva do fim do GP... Acontece...

Eu? O que EU vou fazer depois da bandeira quadriculada? Ha ha ha... Eu vou tentar me embedar com a champagne e "sambar" muito (pesquise). (dia de planejar o próximo GP é segunda... se a ressaca deixar... - e... sim, eu sei que a bandeira branca não é utilizada para sinalizar última volta na F1...)